quinta-feira, 31 de março de 2011

CAPIM GORDURA

Pra quem não conhecia...





Capim Gordura

O Capim Gordura é originário da África e provavelmente da América do Sul e também é conhecido como catingueiro. É uma gramínea perene e pode atingir 01 metro ou mais. Pouco exigente em fertilidade, adaptando-se inclusive em solos ácidos, proporcionando boa cobertura de solo. Muito palatável, porém não suporta pisoteio e resiste à cigarrinha.
O Capim Gordura já é considerado nativo no Brasil, nas regiões tropicais e subtropicais com temperaturas entre 15 e 35 ºC e precipitações entre 800 e 4.000 mm anuais e vegeta bem de 400 a 2.500 metros de altitude.
O Capim Gordura é bastante recomendado para solos fracos, mas não resiste bem às secas nem a inundações. Prospera bem em solos pobres, mas adaptando-se melhor a solos férteis e bem drenados, sensível a geadas e não tolera fogo.
O Capim Gordura é utilizado para pastoreio e em certas condições para corte e feno com valor nutritivo relativamente alto. Devido ao seu grande perfilhamento, apresenta grande cobertura de solo, sendo bastante palatável.
Tabela de Propriedades
• Cotação
Ciclo vegetativo Perene
Forma de crescimento Ereto Decumbente
Nivel de fertilidade do solo Médio/Baixo
Utilização Pastejo, Cobertura de Solo e Fenação
Indicação Bovinos, Equinos e Ovinos
Resistência a seca Média
Resistência a frio Média
Resistência a umidade Média
Resistência a cigarrinha Alta
Resistência a sombreamento Alta
Acidez de solos Tolerancia Média/Alta
Producão de massa verde 20 ton/ha/ano
Produção de matéria seca 10 a 13 ton/ha/ano
Proteina bruta na matéria seca 7 a 8%
Palatabilidade Média
Digestibilidade Alta
Exigência de manejo Média/Baixa
Volume de chuvas/ano Acima de 800mm
Profundidade de Plantio 0,5 a 1,0 cm
Taxa de Semeadura 30 a 40 kg/ha

quarta-feira, 30 de março de 2011

A LEISHMANIOSE NO ESTADO DE GOIAS

A LEISHMANIOSE E A SUA PREVALÊNCIA NO ESTADO DE GOIAS


PEDROZA, Nicolino Julio
Discente da Faculdade de Medicina Veterinária – Unidesc
CAMPOS, Vancerli Nunes
Discente da Faculdade de Medicina Veterinária – Unidesc
JARDIM, Márcia Sousa
Discente da Faculdade de Medicina Veterinária – Unidesc
AMARAL, Camila Meirelles
Discente da Faculdade de Medicina Veterinária - Unidesc
BAPTISTA, Maria Natalia Sousa
Discente da Faculdade de Medicina Veterinária – Unidesc
MENEZES, Demis Carlos Ribeiro
Professor da Faculdade de Medicina Veterinária – Unidesc



Introdução


As leishmanioses acometem cerca de 1,5 milhões de pessoas todo ano. Atualmente 12 milhões apresentam alguma forma da doença e 350 milhões estão expostas em todo o mundo.  Existe uma forma potencialmente mortal de leishmaniose, a visceral, cuja incidência vem aumentando consideravelmente no Brasil. Somente em 2008, foram confirmados 3.650 casos no país. As previsões para seu controle a longo prazo são pessimistas. (LINK Secretaria de Saúde do Estado de Goiás).



Revisão Literária

A leishmaniose

A leishmaniose é uma doença inflamatória crônica da pele, das membranas mucosas, ou das vísceras causada por parasitas protozoários  obrigatoriamente intracelulares (KUMAR, et al., 2005),  do gênero Leishmania, pertencente à família Trypanossomidae da ordem dos Kenetoplástida ( JONES, et al., 2000).
A espécie Leishmania produz quatro diferentes lesões em humanos: visceral, cutânea, muco-cutânea e cutâneo-difuso. (KUMAR, et al., 2005).


Ocorrência de Infecções no Estado de Goiás

No estado de Goiás, foram notificados 1.294 casos de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), entre os anos de 2007 e 2009, dos quais 386 casos em 2007, 408 em 2008, e 500 em 2009. Os municípios de Niquelândia, Baliza, São Miguel do Araguaia, Doverlândia, Minaçu, São Domingos, Rio Verde, Mineiros, Caiapônia, Divinópolis de Goiás, Itajá, Porangatu, Posse, Campos Belos, Jataí,Crixás, Jaraguá, Araguapaz, Motividiu do Norte, Rubiataba, Serranópolis e Uruaçu foram os de maior ocorrência.
Em Goiás, a transmissão da Leishmaniose Visceral (LV), que é a mais grave, ocorre em 52 municípios, dos quais em 51 a transmissão é esporádica, mas em Pirenópolis, a transmissão é moderada.     Entre os anos de 2004 e 2008, foram confirmados 15 casos de leishmaniose visceral no município.
Entre os anos de 2007 e 2009,  foram confirmados em todo o estado, 90 casos de LV, sendo 37 casos em 2007, 31 em 2008 e 22 em 2009, concentrados principalmente nas faixas etárias de 1-4; 5-9; 20-34 e 35-49 anos, respectivamente, sendo o sexo masculino o mais atingido (63%). (LINK Secretaria da Saúde do Estado de Goiás).

Patogênese

Todas as espécies de Leishmania apresentam duas formas, no hospedeiro mamífero uma forma aflagelada (amastigota) e a forma flagelada (promastígota) no tubo digestivo do mosquito hematófago da família Psychodidade, gênero Lutzomya (mosquito palha). Os roedores, canídeos, procionídeos, tamanduás, marsupiais, ungulados e os primatas, são os mais atingidos. (NEVES, 2006).
Existem três formas básicas no ciclo das leishmanias: amastígota, paramastígota e promastígota ou infectante, muito semelhantes, mas podem ser diferenciadas pelos aspectos biológicos, epidemiológicos, clínicos, imunológicos e bioquímicos. (NEVES, 2006).
A Leishmania nas formas amastigotas (forma leishmaniais) está presentes nas células reticuloendoteliais e principalmente em macrófagos de hospedeiros vertebrados. No hospedeiro (Phlebotomus) sua forma varia de amastigota a leptomona, esta última é uma forma esguia e fusiforme com motilidade por meio de flagelos. (JONES, 2000).

Nos hospedeiros vertebrados, por suas dimensões, a forma aflagelada encontra-se entre os protozoários de menor tamanho que parasitam o homem. O amastigota caracteriza-se por apresentar um citossomo levemente achatado e de contorno ovóide, mostrando poucas estruturas internas. Ao microscópio eletrônico, o parasito mostra seu limite externo formado pelas membranas celulares unitárias, onde se encontram os microtúbulos dispostos regularmente e eqüidistantes.

Ciclo Biológico

Um ciclo biológico padrão pode ser descrito para as leishmanias: Os mamíferos são infectados quando são picados por um inseto fêmea contendo as formas promastígota metacíclica em seu aparelho bucal (em meio à saliva estão contidas as formas infectantes). Após o contato com o hospedeiro mamífero, a forma promastígota infectante adere-se a um macrófago sendo fagocitados por ele. No interior do macrófago, acontece a fusão dos lisossomos com o fagossomo, e o parasito adapta-se ao novo ambiente, transformando-se em amastigota. Nessa forma, passa a multiplicar-se intensamente por divisão binária simples até que o macrófago se rompe, liberando as amastigotas que serão fagocitados por outros macrófagos. (Neves, D.P. 2006), (Rey,L., 2008). Quando os mosquitos-pólvora picam humanos ou animais infectados, os macrófagos que abrigam os amastígotos são ingeridos. Os amastígotos se diferenciam em promastígos e multiplicam-se dentro do trato digestivo do mosquito e migram para a faringe onde são sustentados para a transmissão pela picada. (KUMAR, et al, 2005).

A Leishmania reproduz-se no hospedeiro por fissão binária, mas o ciclo biológico completo e a manutenção da virulência dependem de um hospedeiro intermediário, ou vetor. Muitas espécies de mosquito-pólvora estão envolvidas na trasnmissão de Leismania. Algumas moscas, como Stomoxys calcitrans, também podem transmitir mecanicamente a infecção. (JONES, et al, 2000).

Nos hospedeiros vertebrados, por suas dimensões, a forma aflagelada encontra-se entre os protozoários de menor tamanho que parasitam o homem. O amastigota caracteriza-se por apresentar um citossomo levemente achatado e de contorno ovóide, mostrando poucas estruturas internas. Ao microscópio eletrônico, o parasito mostra seu limite externo formado pelas membranas celulares unitárias, onde se encontram os microtúbulos dispostos regularmente e eqüidistantes.

Nos hospedeiros invertebrados, quando o inseto vetor pica o indivíduo, retira com o sangue ou com a linfa intersticial, as leishmanias, que passarão a evoluir no interior do seu tubo digestivo. As formas amastigotas tornam-se nitidamente flageladas, passando para promastígota. O corpo flexível movimenta-se, tracionada pelo comprido flagelo que emerge da extremidade anterior. O núcleo fica situado no terço médio da célula, e o cinetoplasto em posição mais anterior, apresentando aspecto de pequeno bastão. Cerca de 12 a 23 horas todos os parasitos completam a sua transformação. (REY,  2008).

Morfogenética

A forma promastigota predomina no intestino do inseto, pois é nessa fase que ocorre intensa atividade multiplicatória, ficando os parasitos agrupados, formando aglomerados com aspecto de rosáceas. Por aumentar consideravelmente seu número, os flagelos invadem as porções anteriores do estômago e o proventrículo do flebotomineo, onde a multiplicação parasitária pode determinar uma obstrução mecânica ou dificultar a ingestão de sangue, pelo inseto, quando tentar se alimentar novamente. O inseto faminto, é levado assim a picar e a sugar muitas vezes e, eventualmente, a atacar muitas pessoas e animais.  Esta obstrução vai dificultar a ingestão, os músculos encarregados da sucção relaxam e causam a regurgitação do material aspirado, de mistura com muitos flagelos, em geral promastígota, ficando assim assegurada a inoculação de formas infectantes em um novo  hospedeiro vertebrado. E ao serem fagocitados pelos macrófagos retornam à forma amastigota intracelular, completando o ciclo evolutivo heteróxeno dos parasitos e sua propagação a novos indivíduos.
Vale ressaltar que, na maioria das infecções naturais, sobretudo de animais silvestres, a densidade parasitária é baixa, dificultando o encontro dos parasitos. Por isso recorre-se a basicamente dois métodos laboratoriais: a) Incubação do material suspeito em um meio de cultura adequado; b) Inoculação do tecido, devidamente triturado em animais de laboratório muito susceptíveis, como o hamster.
As leishmanias podem ser cultivadas em células de cultura de tecidos, onde crescem como parasitos intracelulares, sob a forma amastigota. Após a Segunda semana, as leishmanias abandonam as células destruídas e passam a constituir aglomerados de promastigotas livres.
Obtêm-se culturas, também, em ovos embrionado de galinha. (REY, 2008).

Nutrição e Metabolismo

Na fase promastigota, as leishmanias são organismos aeróbios estritos, mas podem adaptar-se com facilidade a condições de baixa tensão de oxigênio. (REY,  2008).

Classificação

Leinson e Shaw, em 1987, propuseram uma classificação das espécies de Leishmania, baseando-se em caracteres biológicos, imunológicos, bioquímicos.
Biológicos: morfologia das formas biológicas através das microscopias óticas e eletrônicas; desenvolvimento nos transmissores, mamíferos e em meio de cultura; 
Imunológicos: reconhecimento por anticorpos, teste de Noguchi-Adler, serotipagem de fator de excreção, teste de imunidade cruzada em vertebrados;
Bioquímicos: analise da seqüência do RNA, estudo do DNA, caracterização das isoenzimas, estudo da composição da membrana e radiorrespirometria. (REY, 2008).


Considerações

Sabe-se que a Leishmaniose tem fugido ao controle do estado e que as perspectivas são sombrias quando se trata de eliminar a doença no país.
Para manter a doença em níveis aceitáveis, uma ação mais eficaz deve ser empregada pelo Estado, como a capacitação de profissionais ligados à saúde pública e também ações que visem a conscientização dos representantes das prefeituras, Secretarias Municipais de saúde, professores universitários, com atenção especial  ao Municio de Pirenópolis e região circunvizinha, onde a doença tem se manifestado de forma mais rotineira.


Referencias Bibliográficas:

Manual de Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana. 2° Ed. Ministério da Saúde. Brasília. 2007.
JONES, T.C., HUNT, R.D., KING, N.W. Patologia Veterinária. 6°. Fls. 599-600. São Paulo. Manole. 2000.
LINK – Laboratório de Imunomodulação, Depto. De Protozoologia/IOC. Fiocruz.
REY, L. Parasitologia: Parasitos e Doenças Parasitarias do Homem nos Trópicos Ocidentais,. 4° ed. Rio de Janeiro. Guanabara. 20008.
LINK – Secretaria da Saúde do Estado de Goiás.
KUMAR, V., ABBAS, A.K., FAUSTO, N. Patologia:  Bases Patológicas das Doenças. 7° Ed. São Paulo. Elsevier. 2005.