terça-feira, 1 de novembro de 2011

Plantão Médico Homeopático

HOMEOPATIA FUNCIONA?

por Texto Giovana Girardi

Se é que funciona, há que se ponderar. Isso porque os estudos que avaliam a eficácia da prática não são exatamente conclusivos e ora lhe dão aval, ora a desabonam. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, afirma que o método se mostrou superior a pílulas de farinha em testes clínicos. E no Brasil ela é reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina – algumas faculdades inclusive oferecem disciplinas optativas sobre o assunto. Por outro lado, uma batelada de pesquisas diz que seu funcionamento não passa de efeito placebo – os resultados positivos seriam obtidos pela crença do paciente de que a terapia vale (leia mais sobre isso na pág. 56).
A homeopatia trabalha com medicamentos diluídos em água até o ponto de não restar mais traço deles no líquido. O criador da técnica, o alemão Samuel Hahnemann (1755-1853), inspirou-se na “lei da semelhança”. Em linhas gerais, ela diz que a mesma substância que causaria uma doença em alguém saudável pode reverter esses sintomas numa pessoa já doente. O veneno de abelha, por exemplo, poderia tratar sintomas de alergia se manipulado de modo homeopático.
Como a substância praticamente desaparece ao ser diluída em água, a eficácia do tratamento sempre foi bastante questionada. Para os defensores da homeopatia, a explicação está em uma suposta “memória da água”, na qual ficaria preservado o potencial terapêutico do medicamento. Um trabalho publicado em 2003 na revista científica Physica A mostrou que, ao ser congelado, um copo com cloretos de sódio e de lítio diluídos em água até quase desaparecerem apresentou diferenças estruturais ao ser comparado com um copo de água pura. A avaliação foi feita por meio de uma técnica conhecida como termoluminescência, que detecta a estrutura de substâncias sólidas.
Água fria
Em 2005, no entanto, uma pesquisa publicada na revista especializada Nature jogou água fria, com o perdão do trocadilho, nessa crença. Os pesquisadores, liderados por R.J. Dwayne Miller, da Universidade de Toronto (Canadá), demonstraram que de fato a água consegue armazenar as propriedades de substâncias diluídas nela até sumirem. Mas somente por 50 femtossegundos (1 femtossegundo equivale a 1 bilionésimo de milionésimo de segundo) – um nada de tempo, em português claro. Outro baque ocorreu alguns meses depois, naquele mesmo ano, quando a revista médica britânica The Lancet praticamente declarou guerra contra a homeopatia. Acompanhando um estudo que concluiu que os benefícios do tratamento se restringem ao efeito placebo, a revista publicou um editorial intitulado O Fim da Homeopatia. Nele, os editores da publicação se diziam surpresos com o fato de o debate continuar mesmo depois de “150 anos de resultados desfavoráveis”.
Pesquisadores da Universidade de Berna, na Suíça, fizeram uma revisão de 110 testes clínicos que analisavam o efeito de produtos homeopáticos para doenças que iam de infecções respiratórias a dores pós-cirúrgicas. A comparação em todos os casos era com placebos. O que os cientistas notaram é que pacientes dos dois grupos apresentaram resultados bastante semelhantes – a homeopatia não se mostrou melhor que o placebo para curar alguém. Se ela funciona para algumas pessoas, a responsabilidade seria da mente do paciente, não do remédio.
Diluir uma substância, em geral, diminui a intensidade de sua ação. Mas, para os homeopatas, quanto mais diluído, mais potente o remédio.

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sexta-feira, 8 de julho de 2011

CINOMOSE NO BRASIL

Dados da indústria veterinária mostram que enquanto a doença está praticamente erradicada em países desenvolvidos, no Brasil apenas 1 em cada 5 cães é vacinado, ou seja, apenas 20% da população canina. Temos um grande desafio pela frente!

A prevenção da cinomose por meio da vacinação é a melhor forma de combatê-la. Segundo Rosângela Ribeiro, Gerente de Programas Veterinários da WSPA, há exemplos reais do sucesso da vacinação em outros países: “Esta é uma campanha muito importante, visto que o tratamento da cinomose é complexo e, muitas vezes, ineficaz. Foi através da vacinação em massa que países como os Estados Unidos erradicaram a cinomose de seu território”, enfatiza Rosângela.
Cinomose no Brasil

Pesquisas revelam que, no Brasil, somente um em cada cinco animais são regularmente vacinados contra a Cinomose - número que explica a alta mortalidade de animais todos os anos em função da doença. Como não há vacinação pública, os proprietários precisam levar seus cães para receber a vacina nas clínicas veterinárias de sua confiança, mas infelizmente, muitos não sabem disso.
“Trata-se de uma enfermidade muito séria e, infelizmente, disseminada pelo País”, explica o médico veterinário Leonardo Brandão, da Merial. “E não há medicamentos específicos para curar os cães. É preciso vacinar os animais para prevenir o aparecimento da Cinomose”, ressalta o especialista.
A Gerente de Programas Veterinários da WSPA Rosângela Ribeiro destacou a iniciativa da Merial em conscientizar e ajudar os animais que nem mesmo possuem um dono: "A parceria da Merial com a WSPA nos permite divulgar e alertar as pessoas sobre este terrível mal que é a Cinomose, ao mesmo tempo que se ajuda milhares de animais carentes acolhidos e atendidos pelas nossas afiliadas em todo Brasil. Esta é uma campanha muito importante, visto que o tratamento da Cinomose é complexo e muitas vezes ineficaz. Foi através da vacinação em massa que países como os Estados Unidos erradicaram a Cinomose de seu território", exemplifica a gerente.

plastico biodegradavel desenvolvido no "BRASIL!!!"

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) desenvolveram plásticos à base de fibras de abacaxi, banana e outras frutas. Além de serem biodegradáveis e produzidos com uma fonte completamente renovável, eles são 30% mais leves e de três a quatro vezes mais fortes que os comuns.
Por conta de suas propriedades, os bioplásticos poderão trazer grandes benefícios à área médica, com uso em próteses e pinos, e poderão até substituir o Kevlar, material usado em coletes à prova de balas e capacetes militares. Mas, a princípio, deverão ser usados principalmente na indústria automobilística para a produção de painéis e para-choques. Ao optar por esse material, os fabricantes poderão diminuir o peso dos carros proporcionando, assim, uma economia de combustível. Outra vantagem é que esses plásticos ainda têm maior resistência a danos causados pelo calor e por derramamento de líquidos, como a gasolina .
Para fazer o bioplástico, é necessário obter nanocelulose – sintetizada a partir do tratamento intensivo da celulose. Segundo o professor e engenheiro agrônomo Alcides Leão, que lidera projeto, o abacaxi é das fontes mais promissoras de nanocelulose, mas a banana, o coco e a agave também podem ser utilizadas. Os cientistas colocam folhas e caules das frutas ou plantas em um equipamento parecido com uma panela de pressão. O conteúdo da panela passa por vários ciclos de “cozimento”, até produzir um material fino, parecido com o talco. Com 450 gramas dessas nanoceluloses é possível produzir 45 quilos de plástico. De acordo com estimativas dos pesquisadores, esse material deve se popularizar em mais ou menos dois anos.
“Eu encontrei esta matéria na net e fiquei muito contente por esta descoberta da UNESP, que este exemplo seja seguido em outras instituições, fica ai uma dica para o governo do estado do Piauí, pois trabalhos com tamanha competência poderiam ser realizados também na UESPI, pois lá se encontram pessoas competentes tanto como na UNESP, porém a principal diferença e a competência entre os governos.” (KitawannTayrone)
conteudo pesquiado do blog dos ambientalista

TRATAMENTO DE COLUNA PARA CÃES

Em uma busca pela internet de novidade encontrei este tratamento bem interesante A magnetoterapia é um sistema de restabelecer à saúde, aplicando magnetos externamente nas áreas afetadas.
Nos dias atuais, a energia eletromagnética é amplamente conhecida e utilizada, principalmente na medicina para meios de diagnóstico: Eletrocardiograma, Eletroencefalograma, Eletromiograma, entre outros que medem a atividade eletromagnética do coração, cérebro e músculos, respectivamente.
A ausência da força magnética foi observada nos anos 60 com a ida do homem à lua, ficando fora do campo gravitacional magnético da Terra. Como consequência, apresentavam distúrbio psíquicos, fisiológicos, descalcificação, dores generalizadas pelo corpo entre outros.
Observa-se que mesmo não tendo saído do campo magnético da Terra, inúmeras pessoas e animais apresentam sintomas semelhante aos astronautas.
O efeito fisiológico dos magnetos se dá pela atração exercida do magneto em relação ao ferro contido no sangue, aumentando a circulação do sangue e do oxigênio, bem como dos nutrientes; restabelece o equilíbrio ácido-base nos tecidos lesados; acelera a migração de íons cálcio, facilitando a cura dos ossos; influencia na produção de hormônios; estimula a atividade enzimática e outros processos fisiológicos.

Nicolino Julio Pedroza

quinta-feira, 16 de junho de 2011

SAÚDE E SUSENTABILIDADE NA AGENDA DE EMPRESAS DE LEITE

Saúde e sustentabilidade na agenda de empresas de leite
Global Dairy Platform (GDP), uma instituição cujo objetivo é promover o leite em escala global

Fonte: Notícias agrícolas




O potencial do setor brasileiro de lácteos - tanto no que diz respeito à produção como à demanda - ganha reconhecimento a cada dia. Este mês, representantes de empresas que fazem parte da Global Dairy Platform (GDP), uma instituição cujo objetivo é promover o leite em escala global, reuniram-se no Brasil para discutir as perspectivas e desafios do segmento.A entidade foi criada em 2006 por quatro grandes companhias de lácteos: a neozelandesa Fonterra, a americana Dairy Farmers of America (DFA), a holandesa FrieslandCampina e a escandinva Arla. Hoje, tem 60 membros, entre empresas e entidades, como a brasileira Embrapa.


O diretor-executivo da GDP, Donald Moore, diz que a reunião foi realizada pela primeira vez no Brasil e na América Latina. "Todo mundo reconhece a importância do setor no Brasil, na América Latina", afirma.

Ele explica que o objetivo da GDP é promover o leite em escala global e discutir questões de longo prazo que possam influenciar a demanda pelo produto. Entre as ações da organização está divulgar as qualidades nutricionais do leite, dar uma visão mais equilibrada sobre a gordura do leite - muitas vezes apontada como prejudicial à saúde - e tratar da sustentabilidade na produção do segmento.

Essa última questão, aliás, já rendeu preocupações. Em 2006, a Agência para Agricultura e Alimentação da Organização das Nações Unidas (FAO) lançou relatório estimando que toda a pecuária (de corte e de leite) era responsável por 18% das emissões de gases de efeito estufa. No entanto, à época, alguns meios de comunicação usaram o número de 18% quando se referiam às emissões da pecuária de leite, segundo Moore. Novo relatório, de 2010, revelou que as emissões provenientes da produção de leite respondem por 2,7% do total, dirimindo dúvidas.

Além da América Latina, a GDP também busca ampliar presença na Ásia, principalmente por causa da China, onde cresce o consumo de lácteos. No Brasil, o atrativo é o potencial de avanço da produção, observa Moore, graças aos recursos naturais, clima e competitividade das empresas do setor.

LEITE GENETICAMENTE REFORÇADO

Leite geneticamente reforçado
Bacia leiteira testa vaca vermelha e branca como forma de melhorar valor nutritivo do alimento

Fonte: Gazeta do Povo




Depois de consolidar os Campos Gerais como a bacia leiteira mais produtiva do país, com médias acima de 35 litros por animal ao dia, os pecuaristas da região tentam melhorar o valor nutritivo do leite. Para isso, aprimoram o manejo das vacas, investem em tecnologia e, mais recentemente, partem para opções como a vaca holandesa vermelha e branca. O animal ganhou status de estrela da Agroleite 2010, que começa hoje e segue até sábado no Parque Dario Macedo, em Castro, líder nacional no leite.

Todo ano, a feira, que está na décima edição, apresenta uma nova raça como atração. Em 2009, foi a girolando, cruzamento entre o gado holandês e o zebu gir. O animal é branco e preto e mostra-se adaptado a regiões tropicais. Agora é a vez das vacas vermelhas e brancas, que pertencem à própria raça holandesa e nascem assim graças ao controle das características genéticas dos animais reprodutores. Um gene recessivo é que determina essa coloração.

A vaca holandesa vermelha e branca até produz menos leite que a branca e preta, mas pode render mais se o critério for o teor de sólidos. A produção leiteira desse animal é mais pesada e apresenta maior valor nutritivo, características valorizadas na comercialização do produto. A diferença entre o preço do leite mais fraco e o do mais forte passa de 5% nos Campos Gerais. O desafio tem sido encontrar animais que, pela qualidade, compensem a redução na quantidade ordenhada.

A grande maioria dos animais da raça holandesa - que tem predominância na pecuária leiteira - nasce preta e branca. A pelagem vermelha e branca não chega a 20% do rebanho e vinha caindo ao longo dos anos. Não havia touros vermelhos e brancos comprovadamente bons para a produção de leite. E a vaca avermelhada mostrava-se arredia à monta do touro preto e branco. No entanto, com a identificação de touros pretos e brancos que possuem o gene recessivo da cor avermelhada, esse quadro passou a mudar. O cruzamento controlado permite tornar o rebanho leiteiro mais colorido, informa a Associação Brasileira Criadores de Bovinos da Raça Holandesa.

O animal também é mais resistente ao calor (o vermelho reflete mais a luz do que o preto). Isso significa menor gasto com o resfriamento dos estábulos. Sentindo-se mais confortáveis, as vacas leiteiras rendem mais.

Mais renda

A produção de leite com maior teor de sólidos vem sendo incentivada pela cooperativa Castrolanda como forma de agregação de valor ao produto. Esse leite rende mais ao pecuarista porque é o preferido pelas indústrias de alimentos como queijo e nata. O leite vendido nos supermercados da própria região de Castro normalmente vem de outras bacias leiteiras, de estados como Minas Gerais. Durante a Agroleite, uma competição deve identificar o maior teor de sólidos alcançado nas fazendas dos Campos Gerais.

"O leite é medido por algumas variantes, a presença de bactérias e células somáticas (quanto menos, melhor) e o teor de sólidos, ou seja, a quantidade de gordura, proteínas e lactose. Nesse último caso, quanto mais elementos sólidos, melhor a qualidade do leite", explica o médico veterinário e analista técnico do Departamento de Pecuária da cooperativa Castro­landa, Junio Fa­­biano dos Santos. Mais nutritivo, o leite pode fazer frente a outras alternativas alimentares, acrescenta. "Assim, o produto não corre o risco de perder espaço", pontua.

Para o gerente de negócios da cooperativa, Henrique Costales Junqueira, os maiores produtores de leite, tendo a sua capacidade de produção no limite de sua propriedade, buscam cada vez mais a eficiência. "A produtividade média dos nossos rebanhos oscila entre 30 e 35 litros de leite por vaca ao dia, enquanto a média nacional é de 6 litros", compara.

Os números dos produtores de Castro são equivalentes aos dos melhores rebanhos do mundo, espalhados em países como Ca­­nadá, Estados Unidos, México e Israel. "Há uma luta constante pela eficiência na produção, para fazer frente às constantes oscilações de preço, promovidas pela economia de mercado globalizado", afirma Junqueira.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O EXAME NEUROLÓGICO

(Para aula do dia 05/04)
O sistema nervoso é praticamente inacessível à obervação direta, palpação, inspeção, etc. É através do exame neurológico que os sinais clínicos são localizados em alguma parte específica do sistema nervoso.
O exame neurológico é a base da neurologia clínica. Através dele sinais clínicos anormais são notados. Em 10 a 15 minutos o clínico será capaz de:
-Determinar a presença ou ausência de doença do Sistema Nervoso; confirmar a informação obtida pela anamnese; localizar a lesão; determinar se a doença é focal ou multifocal, determinar a severidade, o tratamento e o prognóstico, determinar o diagnóstico diferencial, escolher os exames complementares, verificar se a doença é progressiva ou estática, verificar a eficácia do tratamento
O exame neurológico deve ser sistemático. Nenhuma parte deve ser omitida, a não ser nos casos em que a condição clínica do paciente (suspeita de fratura de coluna por exemplo) não permita, ou nos casos de animais muito bravos. Antes da realização do exame neurológico, os pacientes devem ser submetidos a um exame clínico completo, para descartar outras possibilidades etiológicas, que causem a impressão de um problema neurológico, como displasia coxo femural, luxação de patela, ruptura dos ligamentos cruzados, choque, desidratação, anemia, insuficiência cardíaca congestiva levando a fraqueza e/ou desmaios, etc.
O exame neurológico é dividido em :
1. Exame físico
2. Reações posturais
3. Nervos cranianos
4. Atividade motora, músculos e cerebelo
5. Reflexos espinhais e funções viscerais
6. Sensibilidade, dor superficial e profunda

1. O exame físico inclui a avaliação da consciência, locomoção, postura, crânio, conduta e respiração. O estado da consciência é o estado de alerta, de percepção do que ocorre ao redor. É o conhecimento, a nível cortical, dos estímulos visuais, auditivos e outros do que ocorre.
Deve-se avaliar se o animal apresenta ataxia (incoordenação dos movimentos), andar em círculos (fechado: problema no sistema vestibular; aberto: problemas no córtex cerebral no núcleo caudado); observar se o animal apresenta rigidez no pescoço (causado por meningites, subluxação atlanto-axial, doença de disco); paresia (incapacidade parcial de realizar movimentos voluntários); paralisia (incapacidade total de realizar movimentos). Observar também o tamanho do crânio (hidrocefalia, presença de fontanela), se há tremor intencional (o animal tenta parar mas o movimento continua); ampla base (o animal aumenta a área de sustentação para não cair quando anda, comum em problemas cerebelares e vestibulares). Verificar se o animal apresenta torção da cabeça (problemas vestibulares).
2. As reações posturais revelam deficiências assimétricas sutis, não observadas durante a marcha ou ambulação. As reações posturais são mecanismos complexos que possibilitam a um animal caminhar e manter-se em estação. Há participação do córtex somatosensório, estruturas subcorticais, tronco encefálico, tratos medulares aferentes e eferentes, e reflexos espinhais na coordenação e desenvolvimento das respostas. Os receptores para pressão e propriocepção (movimento) são ativados. A via aferente termina no cérebro, núcleos basais e tronco encefálico, levando impulsos que causam atividade muscular para o membro testado suportar o peso do corpo.
Saltitar
Propriocepção
Posição tátil e visual
Carrinho de mão
Estação unilateral
Caminhar unilateral
Alterações em 2 ou mais testes em qualquer membro indica uma deficiência significativa, mas a localização é mais regional do que específica. Por exemplo, alterações de membros do lado esquerdo sugerem: lesão medular cervical do lado esquerdo, lesão de ponte/bulbo do lado esquerdo, ou uma lesão mesencefálica ou cerebral contralateral (lado direito). É necessário a complementação do exame neurológico como será descrito a seguir.
3. Os nervos cranianos são numerados convencionalmente de I à XII. Com exceção do I e II pares de nervos (que têm origem no telencéfalo e diencéfalo, respectivamente), todos os outros pares têm origem no tronco encefálico. Os nervos cranianos podem ser sensitivos, motores ou mistos.

I-OLFATÓRIO: substância volátil não irritante
II-ÓPTICO
- desviar de obstáculos
-posição visual
-ameaça visual
-seguir movimentos
-tamanho das pupilas - bate nos obstáculos

III-OCULOMOTOR
-Controle simpático da função pupilar
-movimentos oculares em planos horizontal e vertical (reflexo oculovestibular)
-reflexo pupilar direto e consensual
IV-TROCLEAR -oftalmoscopia

V-TRIGÊMIO -tônus mandibular
-palpação dos mm mastigatórios
-reflexo palpebral e corneal
-sensibilidade em mucosa nasal
-sensibilidade em face
VI-ABDUCENTE-reflexo oculovestibular
VII-FACIAL
- reflexo palpebral e corneal
-ameaça visual
-tocar em orelhas
-simetria facial
-teste de schirmer

VIII-VESTIBULOCOCLEAR
-reflexo oculovestibular
-reflexo de endireitamento
-observar nistagmo
-bater palmas, testar audição

IX-GLOSSOFARÍNGEO
-reflexo de deglutição

X-VAGO
-reflexo de deglutição, da tosse e reflexo oculocardíaco

XII-HIPOGLOSSO
-tocar e molhar narinas
-observação e extensão da língua

4. O Tônus muscular é avaliado pela extensão, flexão e palpação dos membros, individualmente. Normotonia é a resposta obtida na manipulação dos músculos que exibem certo grau de resistência e tensão (tono). O paciente deve estar em decúbito lateral. Podem ser observados atonia, e hipotonia, relacionado à lesão de NMI, e hipertonia e espasticidade, relacionadas a lesões do córtex cerebral, tronco encefálico ou medula espinhal rostral ao nível do membro testado. Opistótono é a espasticidade extensora extrema e rigidez de todos os membros, indicando lesão severa do mesencéfalo. O fenômeno de Schiff Scherrington é caracterizado por hipertonia extensora dos membros torácicos e paraplegia e flacidez dos membros pélvicos, com reflexos normais nos membros pélvicos, normalmente indicando uma lesão no segmento toracolombar.
5. Os reflexos espinhais formam a unidade básica da integração e função do SNC. Os reflexos testam os segmentos medulares nos quais os reflexos estão envolvidos; portanto dependem de um arco reflexo e um pequeno segmento da medula espinhal Os reflexos da medula espinhal incluem os miotáticos, os flexores, extensor cruzado, perineal, micção, defecação e do panículo.

6. A avaliação sensorial deve ser a última parte do exame neurológico. Em animais com lesões medulares, a avaliação da sensibilidade dolorosa é importante para localizar a lesão e estabelecer o prognóstico. A sensibilidade superficial é testada por estímulo tátil a nível cutâneo, e a sensibilidade profunda por pressão vigorosa sobre o periósteo da região interdigital. A dor profunda não deve ser testada se a superficial estiver presente. A resposta à dor profunda é conduzida por pequenos axônios não mielinizados, os quais são mais resistentes aos efeitos da compressão.

Após o término do exame, deve-se localizar a lesão através das síndromes neurológicas.

terça-feira, 24 de maio de 2011

LEISHMANIOSE - BAHIA JÁ REGISTROU MAIS DE MIL CASOS EM 2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Leishmaniose: Bahia já registrou mais de mil casos em 2011

         Dos 1.011 casos da Leishmaniose Tegumentar, doença que provoca lesões grave na pele, registrados pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) nos primeiros quatro meses de 2011, mais de 700 foram notificados em municípios que compõem a microrregião do Baixo Sul do Estado ou cidades circunvizinhas. Ituberá, com 138 casos e Taperoá com 131, encabeçam a lista. Ao todo, 117 municípios da Bahia já registraram algum caso da doença neste ano. Em Valença foram notificados 60 novos casos. Segundo o secretário de Saúde do município, José Alexandre, o esforço de sua secretaria tem reduzido os números, ele aponta o Posto de Saúde da Feira Livre, local onde circula muita gente da zona rural, como centro de referência para o tratamento da doença. Também, em Presidente Tancredo Neves, existe outro centro de saúde especializado no tratamento da Leishmaniose. A doença atinge quase que na sua totalidade, moradores da zona rural. Em 2010, foram registrados pela Sesab 5.010 casos, metades deles no Baixo Sul do Estado.
            A leishmaniose tegumentar americana, conhecida popularmente pelos nomes: "úlcera de bauru", "nariz de tapir" e "ferida brava", caracteriza-se por apresentar feridas indolores na pele ou mucosas do indivíduo afetado. É causada por protozoários do gênero Leishmania, como o L. braziliensis, L. guyanensis e L. amazonensis: parasitas de vertebrados mamíferos.
           Fêmeas de mosquitos do gênero Lutzomyia são os vetores. Esses, de tamanho pequeno (menores que pernilongos), podem também ser chamados de mosquito-palha, birigui, cangalhinha, bererê, asa-branca ou asa-dura. Vivem em locais úmidos e escuros, preferindo regiões onde há acúmulo de lixo orgânico, e movem-se por meio de voos curtos e saltitantes.
             Na forma mais comum (cutânea), esta se inicia pequena, arredondada, profunda e com borda avermelhada, crescendo progressivamente. Pode surgir apenas uma ou em maior quantidade. Na maioria dos casos não são curadas naturalmente, e tampouco com o uso de medicamentos cicatrizantes comuns.

MUNICÍPIOS AFETADOS NO BAIXO SUL OU PRÓXIMOS
 
Ituberá: 138
Taperoá: 131
Valença: 60
Pres. Tancredo Neves: 57
Igrapiúna 50
Nilo Peçanha: 47
Ibirapitanga 32
Wenceslau Guimarães: 27
Gandu: 27
Teolândia:20
Mutuípe: 18
Maraú: 15
Camamu 14
Piraí do Norte: 10
Cairu: 02


Magno Jouber
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SEXTA-FEIRA, 13 DE MAIO DE 2011

Leishmaniose: “Matar cães não resolve um problema que é de saúde pública e falta de prevenção adequada”


Vitor Márcio Ribeiro, professor da PUC e médico veterinário

Conforme prometido, o BICHOS DE COMPANHIA postou esta matéria no dia 11/05, dia seguinte à palestra na ALMG. Problemas técnicos do servidor ao qual este blog está submetido, provocaram a permanência da matéria por poucas horas no ar. E, agora, que o problema parece ter sido resolvido, postamos novamente. Lamentamos o ocorrido e ressaltamos que a situação fugiu ao controle da administração deste blog.

Em publicação científica (Cadernos de Saúde Pública, 2004) foi registrado que entre os anos de 1993 a 1997, cerca de 13 mil cães tiveram resultados sorológicos falso positivos, portanto, foram mortos incorretamente, em Belo Horizonte. Uma verdadeira chacina cometida pelo poder público e que não teve punição, pois nada foi apurado pelos órgãos fiscalizadores de atuação dos profissionais responsáveis pelos exames, observou o professor e veterinário Vitor Márcio Ribeiro, durante a palestra “Leishmaniose Visceral: Previna e trate essa doença”, ocorrida no dia 10 de maio, na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. “Se fosse um caso de erro médico, como uma tesoura esquecida na barriguinha de uma cadela, a punição não tardaria”, comparou o palestrante.

Ética De acordo com o professor, 50% dos animais soropositivos são assintomáticos, sendo impossível comprovar somente pelo exame sorológico, que esse animal está de fato infectado. Também por isso não se pode aceitar que se mate os animais baseados nesse exame. Os kits para a realização dos exames pelo método da Reação da Imunofluorescência Indireta (RIFI) para o diagnostico da infecção distribuídos pelo Ministério da Saúde aos laboratórios públicos e privados não são utilizados até a diluição final para cada animal, o que compromete a segurança do diagnóstico e mantém a maior probabilidade de falsos positivos por reações cruzadas com diversas condições. A diluição mínima 1:40 favorece o erro e não permite que esses animais possam ser controlados durante o tratamento. Conforme discutido durante a palestra, os exames realizados atualmente para detectar a doença nos levantamentos dos órgãos públicos nos cães pesquisam anticorpos, ou seja, podem sugerir se o cão teve contato com a Leishmania, mas não podem assegurar que ele esteja infectado, doente ou transmitindo o protozoário. “O teste sorológico não é parâmetro, a não ser que seja por diluição plena, demonstrando títulos elevados, acima de 1:160. Por tudo isso, matar cães como se faz no Brasil hoje em dia, como prevenção da Leishmaniose Visceral, não é ético, entre outras coisas, porque falta segurança no diagnóstico correto”, observou o professor e veterinário.


Número de participantes surpreendeu positivamente aos organizadores do gabinete do deputado estadual Fred Costa (PHS)

O professor Vitor Ribeiro explicou que a Leishmaniose Visceral endêmica no Brasil desde os anos 50 é zoonótica e que o maior número de infectados está entre crianças e indivíduos imunossuprimidos, ou seja, aqueles com baixa imunidade, a exemplos de pacientes com HIV ou diabetes. O agente da Leishmaniose Visceral no Brasil é a Leishmania infantum, a mesma que provoca a doença na Europa, nos homens e cães. Em outras partes do mundo, como África e Ásia, quem provoca a Leishmaniose Visceral é a Leishmania donovani. Crianças e indivíduos com baixa imunidade são as vitimas mais freqüentes. O fato se agrava em função da pobreza e falta de condições de infraestrutura, pois a alimentação inadequada e as condições de vida são fatores que pioram o quadro de enfraquecimento do organismo.

Dengue X leishmaniose Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que anualmente ocorrem em torno de 500 mil novos casos por ano de Leishmaniose Visceral, com registro de 50 mil mortes. Em torno de 30% dos casos de Leishmaniose Visceral que ocorrem no mundo, são causados pela Leishmania infantum. A doença nos cães está praticamente em todo território nacional. Em humanos a doença tem grande gravidade. Só para se ter idéia, quando comparamos a Leishmaniose Visceral com a Dengue em Belo Horizonte, em 2010, verificamos que ocorreram 131 casos humanos de Leismaniose Visceral com 22 mortes. Em comparação ocorreram 51.775 casos de Dengue e, desses, 15 mortes.


Lâmina com dicas para se previnir e controlar o vetor

Matar cachorro não é solução Ocupando o topo da lista entre os países da América Latina que apresentam casos de Leishmaniose Visceral, com 90% dos casos, o Brasil se atrapalha na prevenção e exporta equívocos no combate à doença, conforme pontuou o professor e veterinário. A OMS, inclusive, em seu informe oficial, publicado em 2010, cita o país, como exemplo de estratégia inócua no combate à doença a partir do maciço e radical extermínio de cães.

“É fato comprovado em estudos estatísticos, sem quaisquer apelos emocionais envolvidos, que matar cachorro é a estratégia de menor eficiência para o controle da doença. Estratégias voltadas para o controle do vetor e campanhas de vacinação são os métodos preventivos mais eficazes no combate à doença, conforme apontam os estudos científicos”, destacou o professor.
Ainda de acordo com o palestrante, existe expectativa de que o Ministério da Saúde (MS) se posicione sobre a utilização das vacinas existentes no Brasil contra a doença nos cães, uma vez que conforme os estudos apresentados pelos laboratórios não parece existir dúvidas sobre suas eficácias e resultados. Parece haver receio de que a aprovação dos produtos resulte em gastos com campanhas nacionais de vacinação, que seguramente devem ser cobradas pela sociedade. Uma vez que, assim como no caso da raiva, uma zoonose que também acomete seres humanos, o MS realiza campanhas de vacinação em todo o país e o mesmo deveria ser feito em relação às vacinas de prevenção à leishmaniose.


Platéia atenta: palestra prendeu a atenção dos presentes

Forma de transmissão A transmissão da Leishmania infantum se dá pela picada da fêmea do flebótomo, após ter picado, e se contaminado, em um animal ou até mesmo em um homem infectado. Portanto, explica o palestrante em tom de brincadeira, que não se pega leishmaniose pelo contato com o animal ou homem infectado, doente e em tratamento.Você pode beijar e ser beijado por alguém infectado, seu cachorro doente também pode lambê-lo que você não vai pegar a doença.

Além dos cães, outros reservatórios, como raposas, gambás, homens, ratos e gatos são descritos na literatura cientifica. É evidente que não dá para sair matando esses reservatórios, ressalta, observando, por exemplo, que matar gambás e raposas, animais da fauna nacional, é crime. A discussão aqui passa, sobretudo, pelo controle das populações de animais reservatórios, através da esterilização e métodos contraceptivos.

Prevenção Como formas de prevenção à doença, o professor Vitor Ribeiro também destacou o uso de inseticidas centrados nos cães, como a coleira impregnada com deltametrina (a coleira Scalibor), inseticidas tópicos piretróides, inseticidas ambientais, manejo ambiental e evitar exposição dos cães fora de casa em horários crepusculares (início da manhã e fim de tarde) e noturnos, momentos em que a fêmea do flebótomo estará ativa para sua alimentação.


A reação de muitos donos de cães que consideram o animal como um membro da família é escondê-lo das autoridades sanitárias que, não raro, abusam dessa autoridade de forma tirânica e ditatorial para retirar um cachorro cujo resultado tenha sido soropositivo. A orientação é para que essas pessoas procurem atendimento jurídico junto às Anclivepa estaduais. Em Minas, a assessoria do gabinete do deputado Fred Costa também foi colocada à disposição durante a palestra

Uma vez infectado, a alternativa é o acompanhamento veterinário para seu tratamento, que, não é reconhecido pelo Ministério da Saúde, mas que vem sendo defendido cada vez mais pelos médicos veterinários, atentos à qualidade de vida e importância do cão nas famílias. O grande desafio do tratamento,reconhece Vitor Ribeiro, é o acompanhamento, pois ele requer o comprometimento do proprietário, ou seja, passa pela conscientização para a guarda responsável do animal, com o controle por toda sua vida e uso constante de produtos inseticidas, além dos medicamentos prescritos pelo veterinário.(Texto e fotos: Nádia Santos)

Para entender o caso: Falta ainda pronunciamento do Ministério da Saúde sobre a validade das vacinas. O Ministério da Agricultura, por sua vez, já deu parecer favorável. A nota de esclarecimento abaixo foi transcrita da página do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV MG):

Nota de Esclarecimento *

10/1/2011

Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura esclarecem sobre vacinas antileishmaniose Visceral Canina registradas no MAPA 



A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose, de transmissão vetorial, considerada um problema de saúde pública no Brasil, tendo em vista sua magnitude, letalidade e expansão geográfica.
Essa doença envolve três componentes principais: vetor, reservatório e homem susceptível, sendo o cão o principal reservatório doméstico e importante fonte de infecção para o vetor. As ações de controle estão centradas no diagnóstico precoce e tratamento adequado dos casos humanos, vigilância entomológica, saneamento ambiental e controle químico, vigilância e monitoramento canino com eutanásia de cães sororreagentes. Nesse contexto, uma vacina capaz de proteger o cão e, conseqüentemente, diminuir as taxas de transmissão para o homem seria de grande importância como medida adicional de controle da LV.
Os laboratórios Fort Dodge Saúde Animal e Hertape Calier Saúde Animal estão comercializando, no Brasil, as vacinas contra leishmaniose visceral canina Leishmune® e Leish-Tec® respectivamente, devidamente registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Diante disso, os Ministérios da Saúde e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento esclarecem que:
As vacinas Leishmune® e Leish-Tec® já tiveram os ensaios em animais de laboratório (testes pré-clínicos) e estudos de Fase I e II completados, estando os estudos de fase III em andamento.
Os resultados dos estudos de fase I e II das vacinas Leishmune® e Leish-Tec® permitiram, em 2003 e 2006 respectivamente, o registro desses produtos no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), pois atendiam aos critérios estabelecidos na legislação vigente, à época.
Em 2007, após consulta pública, o MAPA e o Ministério da Saúde (MS) publicaram a Instrução Normativa, regulamenta a pesquisa, desenvolvimento, produção, avaliação, registro e renovação de licenças, comercialização e uso de vacinas contra a LV canina. De acordo com a mesma, o desenvolvimento de vacinas antileishmaniose visceral canina deve contemplar a realização de testes para determinar a segurança, a eficácia, a inocuidade, a proteção à infecção e a imunogenicidade das vacinas, conduzidos por meio de ensaios de Fase I, Fase II e Fase III. Ainda de acordo com essa IN, as empresas que já possuíam registro de vacinas, dispõem de um prazo de 36 meses, a partir de 09 de Julho de 2007, para realizarem e apresentarem ao órgão competente os estudos de Fase III, para fins de renovação e manutenção do registro.
As vacinas registradas no MAPA cumprem com os requisitos técnicos de eficácia, vigentes no momento da concessão dos registros (anos de 2003 e 2006). Entretanto, o Ministério da Saúde ainda não recomenda o seu uso em Saúde Pública, pois estão sendo realizados estudos para avaliar o uso destes produtos para este fim.

Brasília, 03 de maio de 2009.


Gerson Oliveira Penna
Secretário de Vigilância em Saúde
MINISTÉRIO DA SAÚDE

Inácio Afonso Kroetz
Secretário de Defesa Agropecuária
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO

* Fonte: CRMV MG

sábado, 21 de maio de 2011

Leishmaniose

Os insetos transmissores das leishmanioses

Pablo Ferreira

Fonte: Maurício Vilela, entomologista do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Fiocruz

Quem são?
Os flebotomíneos são pequenos insetos responsáveis pela transmissão de algumas doenças aos humanos e animais, como a bartonelose, que é restrita aos altiplanos andinos, e várias arboviroses com ocorrência inclusive no Brasil. Porém, de maior importância, pela distribuição geográfica e número de casos, são as leishmanioses. Estes insetos pertencem à ordem Diptera, mesmo grupo das moscas, mosquitos, borrachudos e maruins. Apresentam um par de asas e um par de pequenas estruturas, chamados de halteres ou balancins, responsáveis pela estabilidade do vôo e zumbido característico dos dípteros. Os flebotomíneos apresentam um vôo curto. Na realidade eles saltitam na superfície de pouso e mantém as asas eretas, ou seja, levantadas para cima. No Brasil, são conhecidos por diferentes nomes de acordo com sua ocorrência geográfica, como tatuquira, mosquito palha, asa dura, asa branca, cangalhinha, birigui, anjinho, entre outros.
Onde vivem?
Os flebotomíneos têm preferência por viver em locais com muita umidade e são vistos geralmente nas horas sem luminosidade e pouca movimentação de ar. Devido ao seu pequeno tamanho e sua fina cutícula, normalmente são encontrados em ambientes protegidos como fendas de pedra, buracos no solo, grutas de animais, ocos de árvore; e também em ambientes modificados pela ação humana, tais como: abrigos de animais domésticos (galinheiros, chiqueiros e currais). Sua atividade se dá em geral no crepúsculo noturno (final da tarde), mas em algumas situações específicas podem ocorrer durante as horas claras do dia, principalmente em locais associados à extensa cobertura florestal, como na Floresta Amazônica, ou restritas áreas da Mata Atlântica.
Os flebotomíneos são insetos muito sensíveis às mudanças ambientais, dessa forma, sua criação em laboratório torna-se extremamente laboriosa e difícil. Tal fato, porém, não significa que, assim como outros dípteros, eles não possam se adaptar aos ambientes modificados, uma vez que algumas espécies estão adaptadas para freqüentar áreas próximas ao ambiente domiciliar ou peridomiciliar humanos.
Alimentação e transmissão das leishmanioses
Os machos de flebotomíneos se alimentam exclusivamente de alimentos açucarados, especialmente seiva das plantas; por outro lado, as fêmeas também realizam o repasto açucarado nas plantas ou na secreção de afídeos, que se constitui numa importante fonte de energia, porém, elas necessitam do sangue dos animais vertebrados para que ocorra a maturação dos seus ovos. Por essa razão, só elas são hematófagas, e conseqüentemente, estão envolvidas na transmissão de doenças aos humanos e animais.
As fêmeas após realizarem o primeiro repasto sangüíneo em um reservatório natural do parasita (Leishmania), podem se infectar, ou seja, adquirir os protozoários. Estes irão sofrer processos de diferenciação e multiplicação no trato digestivo da fêmea. A digestão do sangue dura em torno de 72 horas em média, dependendo da espécie, porém após o sangue ser digerido e os ovos estarem amadurecidos, a grande maioria das fêmeas morrem após a postura dos ovos, já que há um desgaste energético extremo. As poucas fêmeas sobreviventes necessitam realizar uma segunda alimentação sangüínea, para da mesma forma maturarem seus ovos: é neste momento que elas transmitem a leishmaniose, pois no ato da picada injetam as formas flageladas (os protozoários) na corrente sangüínea de sua vítima.
Vale ressaltar que a probabilidade de transmissão da doença vai depender das condições de exposição dos humanos aos flebotomíneos, assim como ao contexto eco-epidemiológico do ambiente.
Ciclo de vida
Diferente dos mosquitos, a fêmea de flebotomíneo põe seus ovos no solo das florestas ou em ambientes modificados pela ação humana. O ciclo de vida de um flebotomíneo compreende as seguintes fases: ovo, larva, pupa e adulto, por isso os flebotomíneos são classificados como insetos holometábolos. Os ovos são pequenos, quase microscópicos, e uma vez eclodidos, geram larvas, que são de difícil visualização a olho nu. As larvas alimentam-se da matéria orgânica presente no solo e passam por quatro estádios (fases), que no decorrer do desenvolvimento aumentam seu metabolismo e tamanho. Posteriormente, as larvas transformam-se em pupas, que se fixam no substrato e não se alimentam. Começa então a fase da metamorfose que resultará no inseto adulto.
Para compreender e conhecer seus aspectos biológicos, a solução, portanto, consiste em trazer os adultos vivos para o laboratório, e criá-los em local especializado (insetário), no sentido de se manter uma produção para usá-los em pesquisas experimentais.
Controle
Devido ao tamanho minúsculo, encontrar na natureza larvas e pupas de flebotomíneos é tarefa extremamente difícil, por essa razão não há nenhuma medida de controle que contemple as fases imaturas, ao contrário dos mosquitos que colocam seus ovos nos meios aquáticos, possibilitando seu controle através das formas não aladas.
As medidas de proteção preconizadas consistem basicamente em diminuir o contato direto entre humanos e os flebotomíneos. Nessas situações as orientações são o uso de repelentes, evitar os horários e ambientes onde esses vetores possam freqüentar, a utilização de mosquiteiros de tela fina, dentro do possível, a colocação de telas de proteção nas janelas, evitar o acúmulo de lixo orgânico, mantendo sempre limpas as áreas próximas às residências e os abrigos de animais domésticos, fazer poda periódica nas árvores, para que não se criem os ambientes sombreados e realizar o manejo ambiental evitando o acúmulo do lixo orgânico, no sentido de afastados das casas os mamíferos comensais, como marsupiais e roedores, prováveis fontes de infecção para os flebotomíneos.


Gmail - Entrada - veterinaria.unidesc@gmail.com

Os insetos transmissores das leishmanioses

Pablo Ferreira

Fonte: Maurício Vilela, entomologista do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Fiocruz


Quem são?

Os flebotomíneos são pequenos insetos responsáveis pela transmissão de algumas doenças aos humanos e animais, como a bartonelose, que é restrita aos altiplanos andinos, e várias arboviroses com ocorrência inclusive no Brasil. Porém, de maior importância, pela distribuição geográfica e número de casos, são as leishmanioses. Estes insetos pertencem à ordem Diptera, mesmo grupo das moscas, mosquitos, borrachudos e maruins. Apresentam um par de asas e um par de pequenas estruturas, chamados de halteres ou balancins, responsáveis pela estabilidade do vôo e zumbido característico dos dípteros. Os flebotomíneos apresentam um vôo curto. Na realidade eles saltitam na superfície de pouso e mantém as asas eretas, ou seja, levantadas para cima. No Brasil, são conhecidos por diferentes nomes de acordo com sua ocorrência geográfica, como tatuquira, mosquito palha, asa dura, asa branca, cangalhinha, birigui, anjinho, entre outros.

Onde vivem?

Os flebotomíneos têm preferência por viver em locais com muita umidade e são vistos geralmente nas horas sem luminosidade e pouca movimentação de ar. Devido ao seu pequeno tamanho e sua fina cutícula, normalmente são encontrados em ambientes protegidos como fendas de pedra, buracos no solo, grutas de animais, ocos de árvore; e também em ambientes modificados pela ação humana, tais como: abrigos de animais domésticos (galinheiros, chiqueiros e currais). Sua atividade se dá em geral no crepúsculo noturno (final da tarde), mas em algumas situações específicas podem ocorrer durante as horas claras do dia, principalmente em locais associados à extensa cobertura florestal, como na Floresta Amazônica, ou restritas áreas da Mata Atlântica.

Os flebotomíneos são insetos muito sensíveis às mudanças ambientais, dessa forma, sua criação em laboratório torna-se extremamente laboriosa e difícil. Tal fato, porém, não significa que, assim como outros dípteros, eles não possam se adaptar aos ambientes modificados, uma vez que algumas espécies estão adaptadas para freqüentar áreas próximas ao ambiente domiciliar ou peridomiciliar humanos.

Alimentação e transmissão das leishmanioses

Os machos de flebotomíneos se alimentam exclusivamente de alimentos açucarados, especialmente seiva das plantas; por outro lado, as fêmeas também realizam o repasto açucarado nas plantas ou na secreção de afídeos, que se constitui numa importante fonte de energia, porém, elas necessitam do sangue dos animais vertebrados para que ocorra a maturação dos seus ovos. Por essa razão, só elas são hematófagas, e conseqüentemente, estão envolvidas na transmissão de doenças aos humanos e animais.

As fêmeas após realizarem o primeiro repasto sangüíneo em um reservatório natural do parasita (Leishmania), podem se infectar, ou seja, adquirir os protozoários. Estes irão sofrer processos de diferenciação e multiplicação no trato digestivo da fêmea. A digestão do sangue dura em torno de 72 horas em média, dependendo da espécie, porém após o sangue ser digerido e os ovos estarem amadurecidos, a grande maioria das fêmeas morrem após a postura dos ovos, já que há um desgaste energético extremo. As poucas fêmeas sobreviventes necessitam realizar uma segunda alimentação sangüínea, para da mesma forma maturarem seus ovos: é neste momento que elas transmitem a leishmaniose, pois no ato da picada injetam as formas flageladas (os protozoários) na corrente sangüínea de sua vítima.

Vale ressaltar que a probabilidade de transmissão da doença vai depender das condições de exposição dos humanos aos flebotomíneos, assim como ao contexto eco-epidemiológico do ambiente.

Ciclo de vida

Diferente dos mosquitos, a fêmea de flebotomíneo põe seus ovos no solo das florestas ou em ambientes modificados pela ação humana. O ciclo de vida de um flebotomíneo compreende as seguintes fases: ovo, larva, pupa e adulto, por isso os flebotomíneos são classificados como insetos holometábolos. Os ovos são pequenos, quase microscópicos, e uma vez eclodidos, geram larvas, que são de difícil visualização a olho nu. As larvas alimentam-se da matéria orgânica presente no solo e passam por quatro estádios (fases), que no decorrer do desenvolvimento aumentam seu metabolismo e tamanho. Posteriormente, as larvas transformam-se em pupas, que se fixam no substrato e não se alimentam. Começa então a fase da metamorfose que resultará no inseto adulto.

Para compreender e conhecer seus aspectos biológicos, a solução, portanto, consiste em trazer os adultos vivos para o laboratório, e criá-los em local especializado (insetário), no sentido de se manter uma produção para usá-los em pesquisas experimentais.

Controle

Devido ao tamanho minúsculo, encontrar na natureza larvas e pupas de flebotomíneos é tarefa extremamente difícil, por essa razão não há nenhuma medida de controle que contemple as fases imaturas, ao contrário dos mosquitos que colocam seus ovos nos meios aquáticos, possibilitando seu controle através das formas não aladas.

As medidas de proteção preconizadas consistem basicamente em diminuir o contato direto entre humanos e os flebotomíneos. Nessas situações as orientações são o uso de repelentes, evitar os horários e ambientes onde esses vetores possam freqüentar, a utilização de mosquiteiros de tela fina, dentro do possível, a colocação de telas de proteção nas janelas, evitar o acúmulo de lixo orgânico, mantendo sempre limpas as áreas próximas às residências e os abrigos de animais domésticos, fazer poda periódica nas árvores, para que não se criem os ambientes sombreados e realizar o manejo ambiental evitando o acúmulo do lixo orgânico, no sentido de afastados das casas os mamíferos comensais, como marsupiais e roedores, prováveis fontes de infecção para os flebotomíneos.

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quinta-feira, 31 de março de 2011

CAPIM GORDURA

Pra quem não conhecia...





Capim Gordura

O Capim Gordura é originário da África e provavelmente da América do Sul e também é conhecido como catingueiro. É uma gramínea perene e pode atingir 01 metro ou mais. Pouco exigente em fertilidade, adaptando-se inclusive em solos ácidos, proporcionando boa cobertura de solo. Muito palatável, porém não suporta pisoteio e resiste à cigarrinha.
O Capim Gordura já é considerado nativo no Brasil, nas regiões tropicais e subtropicais com temperaturas entre 15 e 35 ºC e precipitações entre 800 e 4.000 mm anuais e vegeta bem de 400 a 2.500 metros de altitude.
O Capim Gordura é bastante recomendado para solos fracos, mas não resiste bem às secas nem a inundações. Prospera bem em solos pobres, mas adaptando-se melhor a solos férteis e bem drenados, sensível a geadas e não tolera fogo.
O Capim Gordura é utilizado para pastoreio e em certas condições para corte e feno com valor nutritivo relativamente alto. Devido ao seu grande perfilhamento, apresenta grande cobertura de solo, sendo bastante palatável.
Tabela de Propriedades
• Cotação
Ciclo vegetativo Perene
Forma de crescimento Ereto Decumbente
Nivel de fertilidade do solo Médio/Baixo
Utilização Pastejo, Cobertura de Solo e Fenação
Indicação Bovinos, Equinos e Ovinos
Resistência a seca Média
Resistência a frio Média
Resistência a umidade Média
Resistência a cigarrinha Alta
Resistência a sombreamento Alta
Acidez de solos Tolerancia Média/Alta
Producão de massa verde 20 ton/ha/ano
Produção de matéria seca 10 a 13 ton/ha/ano
Proteina bruta na matéria seca 7 a 8%
Palatabilidade Média
Digestibilidade Alta
Exigência de manejo Média/Baixa
Volume de chuvas/ano Acima de 800mm
Profundidade de Plantio 0,5 a 1,0 cm
Taxa de Semeadura 30 a 40 kg/ha

quarta-feira, 30 de março de 2011

A LEISHMANIOSE NO ESTADO DE GOIAS

A LEISHMANIOSE E A SUA PREVALÊNCIA NO ESTADO DE GOIAS


PEDROZA, Nicolino Julio
Discente da Faculdade de Medicina Veterinária – Unidesc
CAMPOS, Vancerli Nunes
Discente da Faculdade de Medicina Veterinária – Unidesc
JARDIM, Márcia Sousa
Discente da Faculdade de Medicina Veterinária – Unidesc
AMARAL, Camila Meirelles
Discente da Faculdade de Medicina Veterinária - Unidesc
BAPTISTA, Maria Natalia Sousa
Discente da Faculdade de Medicina Veterinária – Unidesc
MENEZES, Demis Carlos Ribeiro
Professor da Faculdade de Medicina Veterinária – Unidesc



Introdução


As leishmanioses acometem cerca de 1,5 milhões de pessoas todo ano. Atualmente 12 milhões apresentam alguma forma da doença e 350 milhões estão expostas em todo o mundo.  Existe uma forma potencialmente mortal de leishmaniose, a visceral, cuja incidência vem aumentando consideravelmente no Brasil. Somente em 2008, foram confirmados 3.650 casos no país. As previsões para seu controle a longo prazo são pessimistas. (LINK Secretaria de Saúde do Estado de Goiás).



Revisão Literária

A leishmaniose

A leishmaniose é uma doença inflamatória crônica da pele, das membranas mucosas, ou das vísceras causada por parasitas protozoários  obrigatoriamente intracelulares (KUMAR, et al., 2005),  do gênero Leishmania, pertencente à família Trypanossomidae da ordem dos Kenetoplástida ( JONES, et al., 2000).
A espécie Leishmania produz quatro diferentes lesões em humanos: visceral, cutânea, muco-cutânea e cutâneo-difuso. (KUMAR, et al., 2005).


Ocorrência de Infecções no Estado de Goiás

No estado de Goiás, foram notificados 1.294 casos de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), entre os anos de 2007 e 2009, dos quais 386 casos em 2007, 408 em 2008, e 500 em 2009. Os municípios de Niquelândia, Baliza, São Miguel do Araguaia, Doverlândia, Minaçu, São Domingos, Rio Verde, Mineiros, Caiapônia, Divinópolis de Goiás, Itajá, Porangatu, Posse, Campos Belos, Jataí,Crixás, Jaraguá, Araguapaz, Motividiu do Norte, Rubiataba, Serranópolis e Uruaçu foram os de maior ocorrência.
Em Goiás, a transmissão da Leishmaniose Visceral (LV), que é a mais grave, ocorre em 52 municípios, dos quais em 51 a transmissão é esporádica, mas em Pirenópolis, a transmissão é moderada.     Entre os anos de 2004 e 2008, foram confirmados 15 casos de leishmaniose visceral no município.
Entre os anos de 2007 e 2009,  foram confirmados em todo o estado, 90 casos de LV, sendo 37 casos em 2007, 31 em 2008 e 22 em 2009, concentrados principalmente nas faixas etárias de 1-4; 5-9; 20-34 e 35-49 anos, respectivamente, sendo o sexo masculino o mais atingido (63%). (LINK Secretaria da Saúde do Estado de Goiás).

Patogênese

Todas as espécies de Leishmania apresentam duas formas, no hospedeiro mamífero uma forma aflagelada (amastigota) e a forma flagelada (promastígota) no tubo digestivo do mosquito hematófago da família Psychodidade, gênero Lutzomya (mosquito palha). Os roedores, canídeos, procionídeos, tamanduás, marsupiais, ungulados e os primatas, são os mais atingidos. (NEVES, 2006).
Existem três formas básicas no ciclo das leishmanias: amastígota, paramastígota e promastígota ou infectante, muito semelhantes, mas podem ser diferenciadas pelos aspectos biológicos, epidemiológicos, clínicos, imunológicos e bioquímicos. (NEVES, 2006).
A Leishmania nas formas amastigotas (forma leishmaniais) está presentes nas células reticuloendoteliais e principalmente em macrófagos de hospedeiros vertebrados. No hospedeiro (Phlebotomus) sua forma varia de amastigota a leptomona, esta última é uma forma esguia e fusiforme com motilidade por meio de flagelos. (JONES, 2000).

Nos hospedeiros vertebrados, por suas dimensões, a forma aflagelada encontra-se entre os protozoários de menor tamanho que parasitam o homem. O amastigota caracteriza-se por apresentar um citossomo levemente achatado e de contorno ovóide, mostrando poucas estruturas internas. Ao microscópio eletrônico, o parasito mostra seu limite externo formado pelas membranas celulares unitárias, onde se encontram os microtúbulos dispostos regularmente e eqüidistantes.

Ciclo Biológico

Um ciclo biológico padrão pode ser descrito para as leishmanias: Os mamíferos são infectados quando são picados por um inseto fêmea contendo as formas promastígota metacíclica em seu aparelho bucal (em meio à saliva estão contidas as formas infectantes). Após o contato com o hospedeiro mamífero, a forma promastígota infectante adere-se a um macrófago sendo fagocitados por ele. No interior do macrófago, acontece a fusão dos lisossomos com o fagossomo, e o parasito adapta-se ao novo ambiente, transformando-se em amastigota. Nessa forma, passa a multiplicar-se intensamente por divisão binária simples até que o macrófago se rompe, liberando as amastigotas que serão fagocitados por outros macrófagos. (Neves, D.P. 2006), (Rey,L., 2008). Quando os mosquitos-pólvora picam humanos ou animais infectados, os macrófagos que abrigam os amastígotos são ingeridos. Os amastígotos se diferenciam em promastígos e multiplicam-se dentro do trato digestivo do mosquito e migram para a faringe onde são sustentados para a transmissão pela picada. (KUMAR, et al, 2005).

A Leishmania reproduz-se no hospedeiro por fissão binária, mas o ciclo biológico completo e a manutenção da virulência dependem de um hospedeiro intermediário, ou vetor. Muitas espécies de mosquito-pólvora estão envolvidas na trasnmissão de Leismania. Algumas moscas, como Stomoxys calcitrans, também podem transmitir mecanicamente a infecção. (JONES, et al, 2000).

Nos hospedeiros vertebrados, por suas dimensões, a forma aflagelada encontra-se entre os protozoários de menor tamanho que parasitam o homem. O amastigota caracteriza-se por apresentar um citossomo levemente achatado e de contorno ovóide, mostrando poucas estruturas internas. Ao microscópio eletrônico, o parasito mostra seu limite externo formado pelas membranas celulares unitárias, onde se encontram os microtúbulos dispostos regularmente e eqüidistantes.

Nos hospedeiros invertebrados, quando o inseto vetor pica o indivíduo, retira com o sangue ou com a linfa intersticial, as leishmanias, que passarão a evoluir no interior do seu tubo digestivo. As formas amastigotas tornam-se nitidamente flageladas, passando para promastígota. O corpo flexível movimenta-se, tracionada pelo comprido flagelo que emerge da extremidade anterior. O núcleo fica situado no terço médio da célula, e o cinetoplasto em posição mais anterior, apresentando aspecto de pequeno bastão. Cerca de 12 a 23 horas todos os parasitos completam a sua transformação. (REY,  2008).

Morfogenética

A forma promastigota predomina no intestino do inseto, pois é nessa fase que ocorre intensa atividade multiplicatória, ficando os parasitos agrupados, formando aglomerados com aspecto de rosáceas. Por aumentar consideravelmente seu número, os flagelos invadem as porções anteriores do estômago e o proventrículo do flebotomineo, onde a multiplicação parasitária pode determinar uma obstrução mecânica ou dificultar a ingestão de sangue, pelo inseto, quando tentar se alimentar novamente. O inseto faminto, é levado assim a picar e a sugar muitas vezes e, eventualmente, a atacar muitas pessoas e animais.  Esta obstrução vai dificultar a ingestão, os músculos encarregados da sucção relaxam e causam a regurgitação do material aspirado, de mistura com muitos flagelos, em geral promastígota, ficando assim assegurada a inoculação de formas infectantes em um novo  hospedeiro vertebrado. E ao serem fagocitados pelos macrófagos retornam à forma amastigota intracelular, completando o ciclo evolutivo heteróxeno dos parasitos e sua propagação a novos indivíduos.
Vale ressaltar que, na maioria das infecções naturais, sobretudo de animais silvestres, a densidade parasitária é baixa, dificultando o encontro dos parasitos. Por isso recorre-se a basicamente dois métodos laboratoriais: a) Incubação do material suspeito em um meio de cultura adequado; b) Inoculação do tecido, devidamente triturado em animais de laboratório muito susceptíveis, como o hamster.
As leishmanias podem ser cultivadas em células de cultura de tecidos, onde crescem como parasitos intracelulares, sob a forma amastigota. Após a Segunda semana, as leishmanias abandonam as células destruídas e passam a constituir aglomerados de promastigotas livres.
Obtêm-se culturas, também, em ovos embrionado de galinha. (REY, 2008).

Nutrição e Metabolismo

Na fase promastigota, as leishmanias são organismos aeróbios estritos, mas podem adaptar-se com facilidade a condições de baixa tensão de oxigênio. (REY,  2008).

Classificação

Leinson e Shaw, em 1987, propuseram uma classificação das espécies de Leishmania, baseando-se em caracteres biológicos, imunológicos, bioquímicos.
Biológicos: morfologia das formas biológicas através das microscopias óticas e eletrônicas; desenvolvimento nos transmissores, mamíferos e em meio de cultura; 
Imunológicos: reconhecimento por anticorpos, teste de Noguchi-Adler, serotipagem de fator de excreção, teste de imunidade cruzada em vertebrados;
Bioquímicos: analise da seqüência do RNA, estudo do DNA, caracterização das isoenzimas, estudo da composição da membrana e radiorrespirometria. (REY, 2008).


Considerações

Sabe-se que a Leishmaniose tem fugido ao controle do estado e que as perspectivas são sombrias quando se trata de eliminar a doença no país.
Para manter a doença em níveis aceitáveis, uma ação mais eficaz deve ser empregada pelo Estado, como a capacitação de profissionais ligados à saúde pública e também ações que visem a conscientização dos representantes das prefeituras, Secretarias Municipais de saúde, professores universitários, com atenção especial  ao Municio de Pirenópolis e região circunvizinha, onde a doença tem se manifestado de forma mais rotineira.


Referencias Bibliográficas:

Manual de Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana. 2° Ed. Ministério da Saúde. Brasília. 2007.
JONES, T.C., HUNT, R.D., KING, N.W. Patologia Veterinária. 6°. Fls. 599-600. São Paulo. Manole. 2000.
LINK – Laboratório de Imunomodulação, Depto. De Protozoologia/IOC. Fiocruz.
REY, L. Parasitologia: Parasitos e Doenças Parasitarias do Homem nos Trópicos Ocidentais,. 4° ed. Rio de Janeiro. Guanabara. 20008.
LINK – Secretaria da Saúde do Estado de Goiás.
KUMAR, V., ABBAS, A.K., FAUSTO, N. Patologia:  Bases Patológicas das Doenças. 7° Ed. São Paulo. Elsevier. 2005.